08/11/2009

«Como podia eu tornar-me superior à força do dinheiro? O processo mais simples era afastar-me da esfera da sua influência, isto é, da civilização; ir para um campo comer raizes e beber água das nascentes; andar nu e viver como um animal. Mas isto, não era combater uma ficção social; não era mesmo combater: era fugir. Realmente, quem se esquiva a travar um combate não é derrotado nele. Mas moralmente é derrotado, porque não se bateu.»

F Pessoa

o fim

Quando nos dedicamos demasiado a uma coisa ou pessoa, esse passa a ser o centro do nosso viver... Tudo fazemos para a preservar, cuidar, mimar... Tudo. O que podemos e o que não podemos. Até que um dia essa coisa ou pessoa vai embora. Muda de sitio. Porque nada na vida é para sempre, nada fica no mesmo sitio durante muito tempo. E quando isso acontece, o nosso mundo parece que deixa de existir. Porque o centro se foi. Porque se o centro é equilibrio, é claro que o equilibrio também lá se vai... E pronto... o mundo acabou, constata-se com a maior das facilidades. Ou seja... considero que podemos dedicar-nos em demasia. Ou melhor, devemos fazer isso. Quando queremos e quando pudemos. Mas o nosso centro devemos ser nós. Só nós. Porque somos aquilo com que podemos contar sempre. Porque no dia em que não pudermos contar connosco próprios, aí sim, o nosso mundo teve uma boa razão para terminar.