05/10/2009

Luar

E a noite desceu. Suave, tranquila. Uma Lua, envergonhada mas bela, fazia a sua aparição sempre que as apressadas nuvens lhe abriam um espaço. Sempre que isso acontecia os seus raios abriam a noite e tornavam a visão ainda mais clara e fascinante. E a noite continuava a descer sobre o monte. Foi ela que, pouco a pouco, trouxe a paz e a calma àquele lugar. O respirar tranquilo sobre o colo preenchia a alma. E era como se tivessem pertencido sempre lá. "Quero-te aqui" disse apontando para o seu peito. "Não sairás jamais". Acreditar. Foi o verbo principal. Atrás dele vieram outros. E outros. E outros. E os olhos fecharam-se um pouco mais. A brisa tocou as faces rosadas e os caracóis macios. A noite continuava a descer. A Lua, encheu-se de coragem e finalmente perdeu a vergonha, mostrando todo o seu brilho como se de um luar de Verão se tratasse. E definitivamente a claridade invadiu o espaço, desta vez, deixando vislumbrar uma lágrima. Era o sinal. Estava mesmo lá. E este era o sinal. A promessa foi feita. Em silêncio. Um silêncio trazido pela noite e reiterado pela Lua. Perfeito, quase perfeito.







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