29/10/2009

A nuvem....

Quando a nuvem vem, tapar-nos o sol quando menos a esperamos, não ficamos nada contentes e gritamos à nuvem ou a outra coisa qualquer. Porque a nossa nada alegria assim o entende. E quando essa nuvem fica escura, muito escura, começamos a temer que aquilo dê em chuva. E logo dizemos mal da nuvem que não tinha nade de vir roubar-nos o sol. E eis se não quando, parecendo fazer pouco de nós, a nuvem se transforma em chuva. E cai, primeiro de mansinho, depois mais e mais... E lá ficamos nós a ver as gotas que caiem... E pensamos que a nuvem sempre levou a dela avante. Roubou-nos o sol. Deu-nos a chuva. Só que, quando menos esperamos, damos conta de que a nuvem está a ficar pequena, mais pequena, pequenina... por entre a sua pequenez, os raios de sol conseguem passar e... mil cores se espelham no céu meio acinzentado formando um arco de que não vemos o principio nem o fim. Esboçamos um sorriso. A chuva é a amiga do sol. E o sol amigo da chuva. Quando se encontram o resultado são as mil cores, reflexo de festa e de alegria, tal como sentem dois amigos que separados pelo tempo e pela distância se reveêm por fim num belo fim de tarde... E enquanto admiramos aquilo que se passa à nossa volta, nem reparamos que a chuva parou já de caír... e que o sol ficou mais distante... Quando damos por nós, já não sabemos bem se queremos mais sol ou mais chuva. Já não lembramos a nuvem cinzenta que começou esta história. Só lembramos as cores. As mil cores do arco que o sol e a chuva, juntos, nos deram em jeito de presente num final de dia qualquer.... e passamos a desejá-las para sempre.